domingo, 21 de junho de 2009

Ossos de plástico na alma noturna

Ossos de plástico na alma noturna

Esse tremor que ameaça meus ossos de plástico, eu chamo de noite da minha alma.
Com essa luz que arregaça os sentidos entorpecidos, eu lacro presentes que nunca chegarão aos seus destinos.
A mão gelada não sabe o calor e deseja a virulência de uma placenta.
Não quero sentidos, um sinal bastardo seria o suficiente para me despertar.
Vejo a mim mesma, como vejo os outros, não há o lado de dentro ou talvez tudo seja este lado. E é de longe, flutuando, que vejo a criatura que eu deveria ser.
O estado confusional é minha única verdade agora, sendo assim, não há nada pronto, nem nada que se afirme. Moro no olho do terremoto. Tudo me é afetado como quem esta sob efeito de uma poção.
O reino da alienação é cavalgada espinhosa. Vou arrastada, sem esporas, sem horizontes, com a noite na alma.

Um comentário:

Caio Tadeu de Moraes disse...

Ossos de plástico, uma metáfora vivida da fragilidade que perpetua a consciência humana. A autoconsciência – clamada como o dom máximo concedido pela mãe natureza através de manobras evolutivas de milhares de anos – é considerada pelo homem como a cartada que garantiu avançar seu status ao de civilização, e por isso a idolatra. Mas quando fazemos mal uso de nossas mentes, implantando as várias interferências da Era Moderna – tal a alienação – não temos nada mais do que um instrumento para profanar a submissão.

“Esse tremor que ameaça meus ossos de plástico, eu chamo de noite da minha alma”

Frase perfeita para se tatuar no busto ou gritar com fervor no coração de uma rebelião contra o sistema.

Rita é poetiza da revolução!

 



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